segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Potencialidades da historia local para a produção do conhecimento em sala de aula: o enfoque do municipio de Sorocaba

Em texto do professor de história Arnaldo Pinto Junior, o ensino da disciplina ganha um novo viés metodologico que procura uma alternativa frente ao ensino tradicional. Um modelo de carater europeu, conteudista, tido como unico e verdadeiro.
O autor inicia sua analise citando Sergio Buarque de Holanda, segundo este elegemos como paradigmas conceitos universais, uniformizadores da produção cultural de forma em geral. Com isso as singularidades sejam coletivas , sejam individuais tendem a ser apagadas por uma concepção de historia geral, globalizante em que as versões dominantes obscurecem o conhecimento a respeito do particular, do singular.
Ao perceber que o ensino tradicional de historia faz com que os alunos se sintam mais proximos de realidades distantes como Nova York, Paris ou praias cariocas do que sua realidade local o autor aponta para a necessidade de se usar  a pesquisa de fontes e documentos da historia local para que os alunos possam problematizar suas raizes familiares, sociais e culturais, procurando relaciona-los com diferentes momentos historicos, para a compreensão do passado com o presente.
Para a analise o autor usa o exemplo de Sorocaba, na recuperação das experiencias vividas para entender o porque da ideia de modernidade veiculada na sociedade desde 1903. Tal discurso modernizador reconheciam através de setores da socieddade em Sorocaba uma Manchester paulista, produzindo efeitos na urbaniazação e industrialização da cidade, resultado da intervenção das elites economicas e seu discurso liberal, republicano, evolucionista, modernizador.
Mas tal discurso tambem revela as contradições dessa sociedade que passa alimentar o preconceito racial, a segregação economica e a discriminação social. Ao questionar os discurso de uma Manchester Paulista, os alunos podem entender as contradições atuais da sociedade de Sorocaba e podem ir além, buscar experiencias semelhantes em outros paises e em diferentes momentos historicos criando seu conhecimento historico e sua concepção de mundo.   

domingo, 18 de setembro de 2011

DAS INSUBORDINAÇÕES E PROTESTOS À INDEPENDÊNCIA DE SERGIPE

A independência de Sergipe pode ser vista como decorrência das transfrmações ocorridas ao longo dos séculos XVIII e XIX. Tal periodo estudado por diversos autores entre os principais Silvério Leite Fontes e Maria Thetis Nunes, é marcado por mudanças como o crescimento do sentimento de coletividade em face da invasão holandesa no século XVII, o crescimento da importancia das vilas e suas respectivas camaras, a revolta da elite sergipana seja ela dos criadores de gado ou propietarios de terras, os desmandos politicos da Bahia em relação a Sergipe entre outras mudanças.
A relação entre criadores de gado, propietarios de terra com a Coroa incialmente de cooperação para a conquista de Sergipe, começa a mudar após a expulsão dos holandeses, sentimentos de coletvidade afloram e se tornam mais evidentes. As camaras formadas por essa elite local começa a ter enfrentamentos com a Camara de Salvador inicialmente pela Camara de São Cristovão e depois com as vilas que surgiram. Os impostos cobrados pela Bahia geravam protestos, essa situação se acirrou criando o ambiente para que a independencia ganhasse força , principalmente com a eclosão da Revolução Pernambucana em 1817, a postura contra-revolucionaria de Sergipe fez com que D. João VI em gratidão concedesse autonomia a provincia de Sergipe em relação a da Bahia atraves de Carta Régia em 8 de julho de 1820.
Porém a idependencia não se consolidou de forma rápida, a Bahia prendeu o governador nomeado por D. João VI, Carlos Cesar Burlamaqui entre outras ações, a indepedencia do Brasil em 1822 foi fator importante para a consolidação da autonomia através da Carta Imperial de 5 de dezembro de 1822 em que D. Pedro I confirmava o ato de 1820.

Fonte: SOUSA, Antônio Lindvaldo. Temas de História de Sergipe II. São Cristovão: Universidade Federal de Sergipe/CESAD, 2010.

domingo, 4 de setembro de 2011

Nucleos de povoamento Sergipe Colonial

A historiografia classica da qual temos em Sergio Buarque de Holanda um dos maiores expoentes, distingue os nucleos de povoamentos de origem portuguesa dos de origem espanhola através de um metodo comparativo enfatizando o vies predominantemente economico. Tal analise coloca as vilas e cidades do periodo colonial como espaços sem importancia economica, meros entrepostos, apendice do engenho, lugar de burocratas entre outros adjetivos, colocando o campo em destaque, no qual a criação do gado e plantio da cana de açucar os caracterizam como os verdadeiros centros de produção economica, o setor dinamico das capitanias.
Seguem tal linha de pensamento Lilian da Fonseca Salomão e Maria Thetis Nunes. A primeira vê a capitania de Sergipe como "dobradiça" entre Bahia e Pernambuco e explana sobre a lenta penetração portuguesa em Sergipe Del Rey, a segunda fazendo analise de documentos da epoca colonial em que constata a o povoamento disperso, pouca atividade das vilas e da cidade de São Cristovão enfim o marasmo economico do qual nos fala Sergio Buarque.
O contraponto feito por Ronald Raminelli vai alem do vies economico e enxerga nas vilas cidades a importante função dentro do projeto de expansão da Cristandade e do Estado portugues e luso-portugues. O autor vê tais espaços como difusores da ordem ( pelourinho, cadeias, camaras, orgãos administrativos diversos) e do cristianismo quem tem na presença dos parocos (benedetinos, fransciscanos etc) e das capelas e igrejas a personificação da presença destas instituições. Tal importancia das vilas e cidades cresce como cosequencia  do projeto de expansão do Estado e da Cristandade por parte da Igreja principalmente no governo luso-portugues no Sec XVII.  

Fonte: SOUSA, Antônio Lindvaldo. Temas de História de Sergipe II. São Cristovão: Universidade Federal de Sergipe/CESAD, 2010.